terça-feira, 29 de setembro de 2009

Confusão na visita de deputados em cadeia em Oliveira

Acabou em confusão entre parlamentares e policiais a visita da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais à Cadeia Pública de Oliveira, na última segunda-feira (28/08). Os deputados estiveram na cidade para investigar a morte do detento Walisson Tadeu Ferreira, de 22 anos, que teria sido espancado até morte na madrugada do dia 7 de junho. Além disso, foram apurar motivo da paralisação das obras da nova cadeia pública, uma vez que os recursos da Secretaria de Estado de Defesa Social já teriam sido liberados.

A visita da Comissão foi requerida pelo deputado Padre João (PT), que recebeu denúncia de que detentos controlariam o tráfico de drogas na cidade, de dentro da cadeia. Segundo o deputado, cerca de R$ 1,5 milhão foram liberados para a construção da segunda etapa da cadeia de Oliveira. Os parlamentares pretendem apurar junto à Secretaria de Defesa Social se essa verba já foi repassada para a prefeitura e por que a obra ainda não foi retomada.

Segundo a comunicação da ALMG, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), e o deputado Padre João foram impedidos de conhecer as celas por um policial civil identificado como Daniel. A ordem teria partido da coordenadora do Núcleo de Gestão Prisional da Polícia Civil, delegada Cláudia Calhau. Daniel empurrou Durval Ângelo e, em consequência disso, a câmera fotográfica da Assessoria de Imprensa da ALMG teve o visor quebrado. O deputado deu voz de prisão ao policial, que foi relaxada pela delegada.

Depois de muito tumulto, os deputados conseguiram chegar até as celas. Ouviram denúncias de várias irregularidades. "A situação parece muito grave e é reforçada pela declaração do médico Gustavo Mendes de que somente este ano atendeu cerca de 150 presos vítimas de agressão, inclusive casos de risco de morte por traumatismo craniano", afirmou Durval Ângelo.

De acordo com Durval, os presos também denunciaram que a delegacia mantém preso um menor que teria sido retirado do local antes da visita. Os presos apontaram como autores das agressões o policial identificado como Daniel e outro identificado como Rodrigo. Posteriormente os deputados receberam informações de que Rodrigo não seria policial civil, e sim, segurança particular do delegado Isaías Confort, apontado como um dos envolvidos nas irregularidades na cadeia e que não se encontrava no local. Durval Ângelo disse que vai pedir o afastamento do delegado e do policial Daniel, e que seja apurada a situação do suposto policial Rodrigo.

O ouvidor de Polícia de Minas Gerais, Paulo Alkmin, manifestou preocupação quanto à paralisação das obras da nova cadeia e a atitude do policial Daniel de impedir os deputados de entrarem na cadeia. Paulo Alkmin disse que já comunicou o fato ao chefe da Polícia Civil, Marco Antônio Monteiro.

O deputado Durval Ângelo encaminhou requerimento com pedido de providências ao Ministério Público e à Polícia Civil. O requerimento deverá ser votado na próxima reunião da comissão.

Clique aqui e veja a matéria sobre o caso na Globo Minas.


ASCOM/ ADEP –MG
Com informações da ASCOM / ALMG

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