quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Votação da PLC 137/09 é adiada na CCJ do Senado

Senador pede audiência pública para discutir situação da Defensoria Pública

A votação do Projeto de Lei Complementar 137/09 que trata da autonomia da Defensoria Pública foi mais uma vez adiado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Prevista para esta quarta-feira (19/08), foi adiada em virtude da aprovação de um requerimento de audiência pública para discussão, proposto pelo senador Wellington Salgado (PMDB-MG).

Esta é a segunda vez que o projeto entra na pauta do CCJ e não é votado. O relator do projeto de autoria da Presidência da República, senador Antonio Carlos Valadares (PSB – SE), tentou argumentar sobre a necessidade de votar o projeto e sua importância. Segundo ele, por várias vezes diversos defensores e entidades estiveram em Brasília para acompanhar a votação que não ocorreu. “O projeto tem uma importância grande para o país”, ressaltou o senador .

Entretanto, o presidente da CCJ Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que não poderia “desmoralizar” a comissão e que uma vez já aprovado o requerimento de audiência pública, não poderia retroceder e desautorizar o pedido do senador Wellington Salgado. Antonio Carlos Valadares, defensor da causa da Defensoria Pública, protocolizou um requerimento de urgência para que esta audiência pública seja marcada o mais rápido possível.

Execução Penal

Na pauta da CCJ do Senado também estava o projeto de Lei encaminhado pela Câmara dos Deputados, que altera a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Com a lei, a Defensoria Pública se tornaria mais um órgão de execução penal e prestação de assistência judiciária integral e gratuita.

Aprovada, a lei estabelecerá a obrigatoriedade da assistência gratuita e integral, dentro e fora dos estabelecimentos penais pela Defensoria Pública, o que inclui internos e seus familiares que não tenham como pagar um advogado. Para isso, as unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material ao órgão. Além disso, deverá incluir a Defensoria Pública na lista de órgãos da execução penal e torná-la integrante do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Prevê também a presença de Defensores Públicos no Conselho Penitenciário e no Conselho da Comunidade.

O relator do projeto, senador Osmar Dias (PDT–PR) fez seis emendas ao projeto que passou por duas votação nominais: uma para o projeto e outra para as emendas. O senador Aloizio Mercadante (PT–SP), ressaltou que o projeto “traz inovações importantes no acesso à justiça”. Ele destacou ainda que o país tem cerca de 446 mil presos e que 90% não tem condições financeiras para ter atendimento jurídico particular. Mercadante se mostrou contrário às emendas. Após suas argumentações, o senador Osmar Dias acatou-as e pediu para fazer um novo relatório sobre o projeto, que deve entrar novamente em pauta na próxima reunião.


ASCOM/ADEP-MG

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