Numa mesma semana um jovem foi preso duas vezes. Na última prisão, o motivo foi o furto de um vidro de xampu no valor de cinco reais e que seria usado para comprar crack. Em outro caso, a mãe se recusa a vender objetos da casa para dar o dinheiro ao filho viciado e acaba sendo agredida.
Estas são apenas algumas histórias que ilustram a rotina da Defensoria Pública de Uberaba, que teve deferida nesta quarta-feira (18/08), uma ação civil pública que obriga o Município e o Estado a custear 50 vagas leito para o tratamento de dependentes químicos. Na cidade não há tratamento público para dependentes químicos.
O prazo para cumprimento da medida estipulado pelo juiz da 2ª Cara Civil, Fabiano Rubinger de Queiroz, é de 60 dias. Os requeridos têm 15 dias, a contar do data da decisão, para apresentarem as contestações.
Segundo o Defensor Público de Uberaba, Glauco de Oliveira Marciliano, a cidade tem um dos maiores índices de violência no estado devido ao uso de drogas e, 90% destes crimes, estão relacionados com o uso do crack. “Muitos assistidos querem deixar os vícios, mas a dependência química, principalmente o crack, está tão arraigada que eles não conseguem lutar sozinhos”, disse Defensor. De acordo com Glauco Marciliano, o custo do tratamento em clínicas particulares gira em torno de R$ 1 mil e R$ 2 mil, o que está fora das condições dos assistidos.
O critério de admissão dos dependentes químicos será feito através de forma equipe interdisciplinar composta por médicos, psicólogos, Defensores Públicos e integrantes da sociedade civil.
A Defensoria Pública também irá requerer a construção de uma clinica pública para o tratamento dos dependentes.
Ascom / ADEP-MG
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