terça-feira, 11 de maio de 2010

Culto ecumênico abre comemoração do Dia Nacional do Defensor Público na capital

Um padre e um pastor. No centro de cada pronunciamento, o trabalho do Defensor Público, nacionalmente homenageado no dia 19 de maio, data em que os católicos comemoram Santo Ivo, o padroeiro da classe.

Padre José Wilson escolheu um texto de Leonardo Boff para falar aos defensores reunidos no auditório da ADEP-MG, nesta terça-feira, 11 de maio. O culto ecumênico abriu a programação de atividades relativas ao Dia Nacional do Defensor Público.
”Que a razão humana continue formando cabeças” disse padre José, mergulhando num estudo de Boff que conclui: “Nós somos uma espécie que se mostra capaz de oprimir e matar seus irmãos”.

Prosseguindo com o belo pronunciamento em que destacou as diferenças dos seres racionais e irracionais, à luz da paleontologia, o pároco mencionou o fato de a Defensoria Pública ser uma instituição que socorre a outra espécie, tecendo um paralelo com o estudo de paleontólogos católicos que dissertam sobre o universo, afirmando que, quando a espécie humana foi criada, 98,98% das outras espécies já estavam criadas e, apenas o homem, é capaz de matar seu semelhante. O que não encontra justificativa na regra da cadeia alimentar. Finalizando o padre José deixou uma mensagem: “Vocês Defensores são uma luz para os carentes e necessitados. Que façam brilhar essa luz”.

Representando o deputado estadual e pastor Gilberto Abramo, o pastor Celso Araujo, da Igreja Universal do Reino de Deus, usou da linha tênue que separa seu trabalho, deste prestado pelos Defensores Públicos, para falar aos presentes. Celso Araújo apresenta, diariamente, nas rádios Líder FM e Atalaia, o programa “Momento do Presidiário”. Nesse espaço, o pastor complementa o trabalho missionário levado a termo nas visitas que faz aos presídios mineiros.

Em nome desse trabalho é que o pastor afirma a necessidade de fazer chegar aos presidiários a idéia de que os Defensores Públicos são poucos, face ao número de cidadãos necessitados de atendimento jurídico. “Os presos não entendem essa limitação dos Defensores Públicos. Estão lá muitas vezes esquecidos, abandonados”, atesta Celso Araujo.
O pastor explica que seu trabalho é levar a fé, a esperança, tentar despertar no detento o senso de responsabilidade que pode levá-lo a querer mudar, ser uma outra pessoa. E garante: Isto, esse senso de responsabilidade, está acontecendo aos montes nos presídios mineiros. “No meu programa faço esse trabalho envolvendo a família, entramos na família, colocamos a mulher, os filhos, o parente para dizer: - Nós estamos aqui”.

Celso Araujo disse ainda que há muito desejava convidar os Defensores Públicos a ocupar também esse espaço, para dizer ao preso e às famílias que fariam muito mais se houvesse condição, e que, ainda que limitados, estão prontos para trabalhar por eles. “Quero vocês conosco. Levo juízes, promotores, quero que essa autoridade constituída para defender o preso possa também se manifestar”.

Após fazer uma prece pelos Defensores Públicos, o pastor evangélico lembrou que por obra de um acaso, que levou Gilberto Abramo a enviá-lo em seu lugar, foi que chegou até a ADEP-MG e pode comunicar o propósito de ter os defensores em seu programa. “Deus tem seus atalhos, pastor”, provocou o diretor fiscal da Associação, Wellerson Eduardo da Silva Correa. No que a maioria não pode deixar de concordar.

Ex-presidente da ADEP e membro do Conselho Superior, Glauco David admitiu em conversa com o pastor, após o culto, que em parte, os detentos estão mesmo abandonados, uma vez que a Defensoria Pública “não tem perna para atender todo mundo”. Glauco também considerou importante a participação dos defensores nesse poderoso canal de comunicação. “Até mesmo para que os presos saibam da situação vivida pela Defensoria Pública mineira e se transformem em elemento de pressão”.

O culto ecumênico foi promovido pela diretora social da ADEP-MG, Therezinha Aparecida de Souza.







Ascom / ADEP-MG

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