terça-feira, 19 de abril de 2011

Causas mais caras são julgadas de forma mais rápida pela Justiça Federal, revela Ipea

As ações mais caras movidas na Justiça Federal do Brasil são julgadas de forma mais rápida e têm maior probabilidade de resultar em pagamento. De acordo com o estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea), quanto maior o valor da causa, como no caso de execuções movidas contra grandes devedores, maior é a atenção dedicada pela justiça brasileira.

Se o valor da petição inicial é inferior a R$ 2 mil reais, a probabilidade do pagamento fica em torno de 20% a 30%, enquanto que para ações acima de R$ 4 mil reais, a probabilidade aumenta para 40%. Segundo o levantamento, muitos magistrados revelaram adotar essa prática, o que pode ser um forte indicativo do sucesso dessa iniciativa. Outras ações julgadas de forma mais rápida são aquelas movidas contra pessoas físicas.

Sobre o perfil das demandas, o Ipea apurou que quando quem promove a ação judicial se encontra na mesma cidade, o tempo de duração do processo aumenta. As explicações possíveis apresentadas pelo Ipea seriam a criação de equipes específicas para processos encaminhados de outras cidades, ou ainda, o fato de as varas com pouco volume de demandas não terem exequentes em sua cidade.

A esse respeito, os processos que tramitam em mais de uma vara são significativamente mais demorados. Por outro lado, a pesquisa não faz diferenciação significativa entre as ações originárias de varas estaduais e daquelas remetidas por varas federais. "Dessa forma, não se pode afirmar que as varas estaduais, no exercício da competência delegada para processar a execução fiscal da União, tenham desempenho pior do que a Justiça Federal. Em todo caso, essa questão ainda merece ser explorada por meio de pesquisa específica", destaca o estudo.

As informações compõem o Comunicado nº 87 do Ipea, denominado Custo Unitário do Processo Fiscal na Justiça Federal - Variações relevantes. Essa é a segunda parte do estudo que tem como objetivo analisar o processo de execução fiscal na Justiça Federal, identificando os gargalos e as principais características dos trâmites no Poder Judiciário. A primeira parte da pesquisa revelou que uma ação de cobrança judicial demora, em média, oito anos para ser julgada e pode custar até R$ 4,3 mil aos cofres da União.

A metodologia da pesquisa considerou a amostra nacional, em busca de um resultado representativo. Entre as variáveis de controle incluídas no levantamento estão a Região da Justiça Federal, a competência da vara, a forma de apresentação dos autos findos, valor da causa, natureza jurídica do executado, entre outros.

Fonte: Jornal Estado de Minas

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